terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Rota Marcia Prado Cancelada

Passeio de bike de SP a Santos é cancelado por excesso de público; ciclistas reclamam também de assaltos



O passeio de bicicleta que levou quase 10 mil ciclistas de São Paulo a Santos em 2012 não ocorrerá neste ano. O aumento de público é um dos motivos. Mas os organizadores também decidiram esperar as negociações com a Ecovias, empresa que tem a concessão da Rodovia dos Imigrantes. As conversas estão sendo intermediadas pela Defensoria Pública.
Como a estimativa era de que mais de 10 mil ciclistas participassem da Rota deste ano (em 2010, o público era um terço disso), o instituto procurou, em setembro, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo.
O objetivo é conseguir que a Ecovias, concessionária da rodovia dos Imigrantes, passe a colaborar com a segurança viária do evento.
A Defensoria coordena as conversas entre a Ecovias, o Instituto CicloBR, o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e a Artesp (agência reguladora do setor) para que o trajeto passe a ser organizado conjuntamente.




Segundo o Instituto CicloBR, um dos objetivos do evento é tornar a rota um caminho aberto aos ciclistas o ano todo. Os organizadores dizem que, em edições anteriores, a Ecovias, além de não colaborar com a segurança no trecho da Imigrantes, tentou impedir o passeio. E que, mesmo durante outros períodos do ano, ciclistas foram barrados na via.
Pelo Código de Trânsito Brasileiro, a bicicleta é meio de transporte e pode trafegar pelo acostamento quando não houver via exclusiva para ela.
No ano passado, pela primeira vez a Ecovias se dispôs a sinalizar 5 km de acostamento (trecho da via que faz parte da rota ciclística) e colocar avisos nos painéis eletrônicos da pista para alertar os motoristas, diz o instituto.
Ao mesmo tempo, a empresa quis cobrar do instituto mais de R$ 90 mil, mas acabou voltando atrás, afirma Felipe Aragonez, 28, diretor de comunicação do CicloBR.

ASSALTOS
Na internet, ciclistas reivindicam em uma petição mais rondas policiais para evitar roubos de bicicletas no trecho que passa pela Serra do Mar, em que eles trafegam por uma estrada de manutenção, sem circulação de veículos.
"No fim de semana do dia 13 de novembro [de 2013] foram levadas cinco bicicletas escolhidas a dedo pelos assaltantes, que comandavam o bonde com suas armas como um maestro regendo a orquestra com sua baqueta", diz o texto.
A vice-presidente do Instituto, Nataly, afirma que a questão dos roubos não está relacionada ao cancelamento do evento. "Independentemente da rota, o Brasil sofre com questões de segurança. Nosso ativismo tem a ver com tornar a rota oficial em todos seus trechos, desde São Paulo até a ponta da praia. Deixamos isso claro desde a última descida."
Ela afirma que houve roubos no ano passado, mas que o instituto não tem os números de ocorrências.

OUTRO LADO
A Ecovias informou que nunca "se colocou contrária à realização do evento Rota Márcia Prado e que busca apenas que ele não comprometa a segurança dos usuários da via, "estejam eles em veículos motorizados ou não".
Informa ainda que já foram realizadas diversas reuniões com os organizadores para esclarecer as providências necessárias para o aceite da Ecovias e autorização pela Artesp, DER e Polícia Militar Rodoviária. As medidas, segundo a concessionária, incluem sinalização específica e uso de viaturas para acompanhamento do evento, conforme exigência do DER.
A concessionária não comentou a tentativa de cobrança pela segurança do evento do ano passado nem as acusações do Instituto CicloBR de que ciclistas têm sido impedidos ao longo do ano de usar o trecho da rota sobre concessão da empresa.
O percurso de 100 km de extensão (veja em tinyurl.com/agqrpj2 ) começa na ciclovia da marginal Pinheiros, passa por São Bernardo do Campo e pela rodovia dos Imigrantes para chegar ao ponto alto da viagem: o parque estadual da serra do Mar. Dali os ciclistas pegam um trajeto em Cubatão e, então, a interligação da via Anchieta com a Imigrantes até Santos. O trecho da Rota que passa por São Paulo já foi oficializado por lei na cidade.

Creditos: VANESSA CORREA


Rodrigo Dias


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